"INFANTARIA! Antes de ser uma ARMA, é um estado de ESPÍRITO"

domingo, 29 de agosto de 2010

A juventude de um patrono


No sertão apenas os filhos de grandes fazendeiros frequentavam a escola, o que não foi o caso de Antônio de Sampaio, cujos pais eram privados de riqueza. O que mais lhe encantava eram as histórias de violeiros. Os feitos dramáticos do cangaço, no sertão sem limites e sem justiça eram narrados com tanta vivacidade e emoção, que brotaram, no coração dele, desejos incontidos de glória e aventura.
Ele era um menino ativo e inteligente, passava o tempo brincando com garotos de sua idade, moradores na fazenda onde nascera ou nas proximidades. Junto com os colegas, banhava-se nas misteriosas águas da Lagoa Feiticeira, montava em potros bravos e partia em inocentes excursões.
A pobreza cultural do ambiente e a carência de escolas não permitiam ao jovem sertanejo ir além da instrução primária. Em tais circunstâncias, diante do cenário que se abria a seus olhos, nada mais natural que na infância e adolescência Sampaio fosse levado a praticar todos os influxos do meio em que nascera. Sampaio não teria como fugir à regra, tornando-se consumado boêmio, apaixonado pelo violão, constante namorador, assíduo freqüentador de todas as festas que se realizavam na redondeza, sempre pronto para um luta corporal. A má índole dele provinha de sua mãe, D. Antônia Feitosa, pois o pai era um homem pacifico e ordeiro.
Registra Fonseca Lobo que Sampaio havia deixado sua terra natal por ter-se apaixonado profundamente pela bela Maria Veras que lhe correspondia plenamente o amor. No entanto, o pai dela não era a favor do o casamento, por isso, eles fugiram de suas casas e ficaram a peregrinar de casa em casa de amigos. Mas o pai de Maria contratou com os Mourões a morte de Sampaio, assim, ele decidiu abandonar Tamboril, mas antes, fez um contrato com ela. Ela deveria ficar na casa de um amigo até atingir a maioridade, quando então Sampaio voltaria ao Tamboril para realizar o casamento, e caso o pai dela a obrigasse a voltar para casa, em caso algum ela se casaria com outro homem. Matar-se ia antes, para Sampaio vingá-la depois. Quatro anos depois, já feitos alferes e com uma boa soma de dinheiro, ele recebe a permissão de voltar ao Ceará e casa-se com Maria Veras.
Ao chegar à capital da Província, em ato continuo, apresentou-se voluntariamente no quartel do 22° Batalhão de Caçadores para assentar praça. Assim, abriu-se ao jovem pecaminoso um cenário totalmente diferente do que até ali conhecera.
Fonte: Samapaio - General Paulo de Queiroz Duarte - BIBLIEX

Nenhum comentário:

Postar um comentário